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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Wagner Moura desafina ao cantar Legião Urbana, mas carisma garante aplausos


Texto de Augusto Gomes via iG 


Ator assumiu lugar de Renato Russo em show tributo ao lado de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá



Como cantor, Wagner Moura é um ótimo ator. E mostrou isso no show tributo à Legião Urbana que aconteceu nesta terça-feira no Espaço das Américas, em São Paulo, e foi transmitido ao vivo pela MTV Brasil.

Durante quase duas horas de show, Moura desafinou e cantou fora de tom a maior parte do tempo - e mesmo assim saiu aplaudido. Como? Com carisma e uma excelente atuação.

Foto: Mariana Caldas
Houve momentos, por exemplo, em que Moura nem precisou abrir a boca. Bastou estender as mãos para ou dirigir um olhar emocionado que a plateia cantou sozinha. Foi assim em "Quase Sem Querer", "Eu Sei", "Índios", "Há Tempos", "Pais e Filhos" e "Será?", entre outras.

Outro truque usado pelo ator foi lembrar, em duas oportunidades, que aquela "poderia" ser a última vez que Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá tocariam canções da Legião, como forma de aumentar a carga emocional da noite.

A apresentação começou com um dos maiores sucessos da Legião, "Tempo Perdido". Durante toda a música, foi praticamente impossível ouvir a voz de Moura, tamanha era a vontade que o público cantava junto.

Nas duas canções seguintes, "Fábrica" e "Daniel na Cova dos Leões", o ator permaneceu inaudível. Mas a culpa, nesse caso, foi da péssima qualidade de som do Espaço das Américas.

Foi só em "Andrea Doria" que a voz de Moura apareceu. Primeiro, na conversa com o público, em que ele revelou ser essa a sua canção preferida da Legião. Depois, quando começou a cantar.

Aí foi possível perceber que, apesar de não tentar imitar Renato Russo, o ator copiava alguns de seus trejeitos vocais. Pior: na música seguinte, "Quase Sem Querer", ele imitou os característicos passos de dança do cantor.
Foto: Mariana Caldas
Além disso, as versões tocadas eram reverentes demais às originais - com exceção de uma "Geração Coca-Cola" em ritmo de blues, cantada por Dado Villa-Lobos, não houve maiores ousadias nos arranjos.

Nada disso, no entanto, incomodou o público. Pelo contrário: quando a apresentação terminou, após dois bis, a plateia quis mais e pediu "Faroeste Caboclo" em coro. Mas o baterista Marcelo Bonfá respondeu com um "até amanhã".

A apresentação ainda teve participações especiais de Andy Gill, guitarrista do Gang of Four. Com ele, a banda tocou "Damaged Goods" (do Gang of Four), com Dado Villa-Lobos no vocal, e "Ainda É Cedo". Essas duas músicas ainda tiveram a presença de Bi Ribeiro, do Paralamas do Sucesso, no baixo.

Antes, Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, havia cantado e tocado guitarra em "Andrea Doria". Clayton Martin, também do Cidadão Instigado, tocou gaita em "Geração Coca-Cola".

Veja abaixo o repertório do show:

"Tempo Perdido"
"Fábrica"
"Daniel na Cova dos Leões"
"Andrea Doria"
"Quase Sem Querer"
"Eu Sei"
"Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto"
"A Via Láctea"
"Esperando por Mim"
"Índios"
"Monte Castelo"
"Teatro dos Vampiros"
"Geração Coca-Cola"
"Damaged Goods"
"Ainda É Cedo"
"Baader-Meinhof Blues"
"Sereníssima"
"Se Fiquei Esperando o Meu Amor Passar"
"Há Tempos"
"1965 (Duas Tribos)"
"Perfeição"

Bis 1
"Teorema"
"Antes das Seis"
"Giz"
"Pais e Filhos"

Bis 2
"Será?"

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